31.7.06

S.Miguel das Caldas de Vizela
S. Miguel das Caldas é, juntamente com S. João das Caldas, uma das freguesias que compõem a cidade de Vizela, sede do Concelho com o mesmo nome. Situada na parte norte da cidade, é limitada a sul pelas freguesias de S. João das Caldas e Santo Adrião de Vizela, a nascente pela freguesia de Divino Salvador de Tagilde, a poente pelas freguesias de S. Martinho do Conde e S. Paio de Moreira de Cónegos e a norte pelas freguesias de Taboadelo e Santa Maria de Infias.É, ao que tudo indica e são vários os historiadores que o confirmam, uma das mais antigas freguesias da diocese de Braga, pois mesmo não tomando em linha de conta a ocupação pelos romanos que, ao sabemos, a ajuizar pelos vários legados que aqui e ali vão aparecendo, foi grandiosa e importantíssima, a freguesia de S. Miguel das Caldas aparece pela primeira vez referida num documento muito antigo.
Decorria o ano de 607, era dos Suevos e o seu Rei, Teodomiro, mandou que se celebrasse um Concílio, que ficaria na história, como o Concílio de Lugo, para confirmação da fé cristã e essencialmente, para a divisão dos bispados. Pelo interesse que se reveste este documento, apresentamos aqui o texto original que principia assim: «Tempore suevorum, Sub Era DCVII Theodomirus, Princeps Suevorum, Concilium in civitate Lugo fieri praecepit ad confirmandum Fidem Catholicam, vel pro diversis Eclesiae causis, etc. Episcopos contentio aliquantus fieret. Idem ad Cathedram Bracarensem, quae in vicino Sunt Centucaellas, Cotis, Milia, Luceto, Celiocis, Anosee ad portum, Agilio, Pandonis, Tauvis, Cetanio, Oculis,» etc. A tradução, um tanto livre, poderá ser assim: «Concílio que el-rei dos Suevos Teodomiro ordenou que se celebrasse em Lugo para confirmar a fé Católica e outras coisas e causas pertencentes à Igreja. As paróquias foram divididas, ficando a Catedral Bracarense com as igrejas que lhe ficam vizinhas da seguinte forma: Sunt Centucaellas, Cotis, Milia, Luceto, Celiocis, Anosee ad portum, Agilio, Pandonis, Tauvis, Cetanio, Oculis,» etc. O que nos prende a atenção é termo Oculis, que conforme atesta Pinho Leal, no seu Portugal Antigo e Moderno de 1873 e mencionando J.C. Argote, é assim chamada em razão d’uns olhos d’agua quente que nella havia” O mesmo Argote nos diz que, no ano de 1014 (anos de Cristo) ou 1052 era dos Suevos, o Rei D. Afonso V, de Leão, assinara aqui várias doações, destacando – as assim: - «in eclesiae Sancti Michaelis in Oculis Calidarum», (ou seja duas palavras latinas: Oculis = Olhos + Calidarum = água quente. Olhos de Água Quente)

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