22.9.06

63/98. A Lei...

Extracto de um artigo, publicado pelo autor deste Blog, em 7 de Setembro de 1998, no Noticias de Vizela

Como se esperava, foi confirmada, com a publicação em Diário da Republica de 1 de Setembro, Lei 63/98, a criação do concelho de Vizela e elevação a cidade.

Concretizada, por fim, a melhor prenda que os Vizelenses há tanto tempo ansiavam e que começou a ser desenhada em 1982, com todo o povo do Vale de Vizela a exigir, na rua, o fim do cativeiro.

Não vou aqui e agora, repisar aquilo que já disse tantas e tantas vezes, quer nas páginas deste jornal, quer em conversas de café ou entre amigos da minha confiança, nem tão pouco vou dividir os Vizelenses em santos e vilões (como agora parece que se está a querer fazer...).Para mim todos, repito, todos foram úteis, quer no passado, quer no presente e, mais úteis serão no futuro, se soubermos esquecer diferenças, dar as mãos e escolher de entre todos nós, os mais capazes, os mais empenhados, os mais competentes e os mais interessados em engrandecer TODO o município e seus habitantes, conseguindo mais valias, que fomentem o bem – estar de TODA a população do novo concelho, nas suas variadíssimas vertentes.

Da Lei 63/98, no seu artigo 4, competências da comissão instaladora, gostaria de respingar o ponto 1, que julgo ser de extrema importância para o enriquecimento do nosso concelho. “ (...) elaborar um relatório donde constem (...) a descriminação dos bens, universalidades (generalidade, totalidade) e quaisquer direitos (...) que se transferem para o município de Vizela.
È a partir daqui que a Comissão Instaladora, (hoje Câmara Municipal) deverá estar atenta e usar das competências que a lei lhe consagra, para que todas estas prerrogativas sejam cumpridas.
Não nos podemos esquecer de um sem número de bens e universalidades, nomeadamente de Vizela (S. Miguel e S. João), que foram sonegados ao longo dos tempos e que fazem parte do nosso património colectivo, assim como não podem ser esquecidos aqueles que, a pretexto de um hipotético conserto, (no tempo em que era vereador da Cultura da Câmara Municipal de Guimarães, o Sr. Dr. Francisco Teixeira) foram “ transferidos” (como adorno de gabinetes?) para a Câmara de Guimarães. Refiro-me aos quadros de Júlio Resende, Goya, Dali, Rembrandt e fundamentalmente, os quadros com motivos religiosos, “ Ronda do Mártir”; Procissão de S. Sebastião”; “Sagrado Viático”; “Saimento” e “Enterro dum Pobre” da autoria de António Alves Teixeira, “O Vizela”, pintor do século XIX (1836-1863), que foi discípulo de João Correia
.

Júlio César Ferreira
7.9.98

20.9.06

S. Bento das Peras

É o mais importante miradoiro de Vizela.

No cimo do monte granítico, rodeado de penedos esbranquiçados, que os seus fieis devotos vão pintando ao longo do ano, para pagamento das suas promessas, estão duas ermidas dedicadas ao Padroeiro de Vizela e da Europa. A magnífica paisagem que se estende a seus pés, compreende a cidade de Vizela e as freguesia circunvizinhas, mas a vista espraia-se até áte alcançar o mar, em dias de melhor visibilidade.
Recentemente, por iniciativa da Confraria que rege o local, foram ali realizadas importantes obras de reabilitação que, presume-se, estão ainda na sua primeira fase. De facto, as obras previstas para o local irão arrastar-se no tempo, uma vez que estão divididas em várias etapas.

É dessas alterações as fotos que hoje levo aos visitantes deste blogue, com convites para visitarem "in loco" este magnífico espaço




18.9.06

S. João das Caldas

É, como já se disse, uma freguesia cuja fundação se
perde na bruma dos tempos, confirmam-no vários estudiosos que nos garantem que o seu nome deriva do germânico “Gomila”, senda muito provavelmente a partir do século V a “ Villa de Gumilanis”.
Contudo, numa fase posterior, surge já identificada como S. João Baptista das Caldas de Vizela. Em 1188, segundo o Livro de Doações, D. Sancho doou a um nobre chamado «vobis Johannis de Caldes» “um reguengo que a coroa tinha abaixo de S. Miguel das Caldas”.
Nas Inquirições de 1220, a freguesia era referida como “ Parochia de Sanctis Johannis de Caldes.

Até 1553 foi abadia de apresentação do D. Prior da Colegiada de Guimarães, tendo passado para a coroa por doação que o Prior D. Gomes Afonso fez à Infanta D. Isabel, em reconhecimento dos bons serviços que esta lhe havia prestado, especia
lmente a sua nomeação.

É limitada a norte pela freguesia de S. Miguel das Caldas; a sul por Santa Eulália de Vizela, a nascente por Santo Adrião de Vizela, e a poente pelas freguesias de Vilarinho e Moreira de Cónegos.

A Igreja Paroquial, que tem como Orago S. João Baptista, foi construída entre 1904 e 1096, em substituição, no mesmo local, da anterior que se achava pequena, principalmente na época balnear.

Esta pequenina igreja tinha 4 altares: Altar – Mor e mais três dedicados à Senhora do Rosário, Senhora das Dores e Coração de Maria.
Tal como a antiga Igreja de S. Miguel, a Igreja de S. João da época Joanina , D. João V, era uma igreja muito muito pequena e tinha sustituido uma outra que ficaria na margem Sul do rio Vizela.
A Igreja era recuada em relação à actual e à frente ficava o cemitério. Na altura da sua construção não existia ainda a Estrada Real, actual Rua Dr. Abílio Torres, inaugurada em 1872.


São desta pequenina igreja as fotos que aqui publico, cedidas gentilmente pelo Sr. Engenheiro Adelino Campante, meu particular e querido amigo, fotos essas que lhes foram legadas pelas seus antepassados.