16.8.06

Portugal Artístico

Na procura de novos artigos para este espaço, rebusquei nos velhos alfarrábios que possuo e encontrei esta preciosidade. “Portugal Artístico”, obra essa que tinha adquirido há já um bom par de anos no meu alfarrabista habitual, na cidade do Porto.
É uma completíssima Publicação Ilustrada da Livraria Magalhães e Moniz, da Rua dos Loyos, no Porto e foi publicada em 1905.

Porque se tornaria fastidioso transcrever todo o texto ali publicado nas páginas 161, 162,163,164,165,166 e 167, permito-me, para além das belas imagens que transporto para aqui, transcrever o seguinte: Da Fonte dos Abraços à Ilha dos Amores, desde a Ponte Velha toda vestida de musgo e hera, até ao Chalet Wilby, deliciosa casinha perdida na espessura d’uma collina toda viridente, da Lameira ao Monte de S. bento, das margens salutares, frescas e amenas do pitoresco rio Vizella, até aos rústicos montes que dominam esta aprazível povoação, em toda a parte e sempre, o olhar curioso descansa em frescas paisagens e deleitosos lugares, cheios de poesia e encanto. Pelo rio acima e na extensão de dois kilómetros, navegam lindos bateis, por entre margens tão belas como as mais celebradas da Suissa.”

Resta-me dizer que todo o artigo publicado é da autoria de Alberto Velozo D’Araujo e foi escrito em Lisboa em Abril de 1904, com fotos da autoria do Sr. Carlos Brandão

13.8.06

Tratado de Tagilde


Divino Salvador de Tagilde é uma freguesia pertencente ao Concelho de Vizela e ao Arcebispado de Braga, sendo única no nome em Portugal.

Falar de Tagilde, é falar na assinatura do Tratado de Tagilde, entre o Rei Português D. Fernando, o Formoso e o Duque de Lencastre, de Inglaterra.

Mas deixemos que sejam outros a “falar”

“O Tratado de Tagilde foi um tratado firmado em 10 de Julho de 1372 em Tagilde, freguesia do concelho de Vizela. Foi um dos mais importantes acordos políticos de Portugal. O rei português D. Fernando assinou com os delegados do duque de Lencastre o chamado “pacto de Tagilde”. Esse acordo constituiu o primeiro instrumento jurídico de tratado da aliança entre Portugal e a Inglaterra, e ainda hoje perdura. Nesse pacto, Portugal tomava partido pela Inglaterra contra Henrique II de Castela e os seus aliados franceses. Junto à igreja matriz de Tagilde, encontra-se desde 1953 um elegante padrão em pedra que memoriza o acto entre os dois países” (in.Wikipédia)

“Simultaneamente com o casamento do rei, [em segredo, com D. Leonor Teles] negociava-se com o maior sigilo um acordo que nos faria regressar à orbita inglesa. Em Julho de 1372 o rei [D. Fernando] dirigiu-se secretamente a uma pequena aldeia perto de Guimarães – Tagilde – e encontrou-se ali com dois embaixadores que tinham acabado de chegar de Londres: um deles era um hábil fidalgo da Corunha, que tomara o partido de D. Fernando e o acompanhara a Portugal em 1369: João Fernandes Andeiro. O segundo era um homem de armas, escudeiro do Duque de Lencastre, filho do rei de Inglaterra Eduardo III. O Duque casara naquele mesmo ano com D. Constança, filha de Pedro I de Castela, e por isso considerava-se herdeiro do trono de Castela”. (História de Portugal – José Hermano Saraiva - Selecções Readers Digest)

Como curiosidade, refira-se que esta aliança entre Portugal e a Inglaterra, foi firmada durante o período em que Vizela dispôs de independência administrativa (durante 47 anos)...
“no ano de 1361, el-rei D. Pedro doou a seu filho, o Infante D. João, as terras de Riba Vizela às quais concedeu independência administrativa. Conflitos gerados entre os Conventos de Roriz e de Guimarães, a par de outras vicissitudes da época, levaram à extinção da independência administrativa de Vizela, em 1408”.