30.8.06

“Castelo da Ponte”

Mesmo correndo o risco de não ser entendido e, pior que isso, ser entendido como inimigo político, (???) (como nos tempos que correm vai acontecendo, sempre que alguém manifesta a sua opinião sobre assuntos da nossa terra e que não seja coincidente com algumas cabeças pensantes e iluminadas), permito-me usar este meu blog, para falar de um tema que, tenho a certeza, interessa a muitos Vizelenses.

Foi com a intenção de um dia servir para os Paços do Concelho que, há cerca de 100 anos, Armindo Freitas Ribeiro de Faria, ilustre médico e grande bairrista Vizelense, mandou erigir (para o qual gastou uma avultada fortuna) um soberbo, amplo e notável edifício, que os Vizelenses conhecem por “ Castelo”.

Funcionou ali, nos primórdios da sua fundação e durante muitos anos, o Palacete Mourisco Club, propriedade do já referido Dr. Armindo Freitas Ribeiro de Faria, que alem de médico conceituado, foi Governador Civil de Braga e Senador da Republica – onde se reunia a “nata” da comunidade Vizelense de então, principalmente quando o protocolo ou a arte de bem receber assim obrigava, como em 3 de Junho de 1912, em Sessão Solene comemorativa do lançamento da primeira pedra, para construção do Hospital de Vizela.
Depois e ainda durante muitos anos, até princípios dos anos setenta, funcionou naquele local um estabelecimento de ensino, o Externato de Vizela, por onde passaram e fizeram os seus estudos, milhares de jovens de Vizela e doutras localidades, para desde então, após abandono do corpo docente que ali ministrava educação e... “criação”, cair em decadência até aos dias de hoje.

A verdade é que, desde sempre, os Vizelenses consideraram o “ Castelo” como o local apropriado para os Paços do Concelho, profusamente apregoado sempre que a comunicação social falava de Vizela, fazendo-se ali inclusive, nos idos de oitenta, uma grandiosa manifestação de apoio às reivindicações dos Vizelenses.

Durante anos, no cimo do seu torreão, esteve desfraldada uma bandeira azul e amarela...

Criado que está o Munícipio de Vizela e iniciada a obra que irá receber os Paços do Concelho, e embora se reconheça que no imediato, (mais ainda agora que os seus proprietários o colocaram à venda) dificil se torna albergar ali o que quer que seja, dado o estado avançado de degradação em que se encontra, a clamar obras importantes, certamente incomportáveis nos tempos mais próximos, a verdade é que, embora desconhecendo o que nos reserva o futuro, sabemos que este se constrói no presente, preservando e respeitando a memória do passado.
O sentido de oportunidade, a memória sentimental, a carga de simbolismo e a sumptuosidade que o ex. Palacete Mourisco Club carrega consigo, deve ser merecedor da nossa atenção, protecção e garantia para toda a comunidade de mais um valioso acervo para o património colectivo.

Isto, antes que apareça um qualquer “mecenas” que o transforme em inestético centro comercial ou outra coisa pior...

3 comentários:

Anónimo disse...

Cabeças pensantes e iluminadas? Onde?

Anónimo disse...

Se houvessem cabeças pensantes e iluminadas nos lugares da edilidade, ocupados por marionetes, o castelo já estaria condignamente recuperado.

Anónimo disse...

Sem sombra de dúvidas que está carregado de simbolismo. Até já imaginei a estrada bem desviada e um grande largo, com um lago no meio e sem nenhuma construção até ao rio. Será sonhar?
Seria uma obra que me orgulharia como Vizelense!
Esteticamente saíria beneficiado tanto o Castelo como o Parque das Termas, pois não podemos pensar numa
obra de cada vez, mas sim em todo o seu envolvimento e enquadramento.