1.8.06


S. João das Caldas de Vizela

É uma das duas freguesias que compõem a cidade de Vizela (a outra é S. Miguel das Caldas) cuja história se perde na bruma dos tempos, como nos refere Pinho Leal, no “Portugal Antigo e Moderno”, de 1873.

Outros estudiosos confirmam-no, dizendo que o nome da freguesia deriva do germânico – “Gomila”, sendo provavelmente a partir do século V “ a Villa de Gumilanis”. Mais tarde, já nos aparece com o nome de S. João de Gominhães, por estar situada nas suas terras o nobre Paço de Gominhães.

Porém e numa fase posterior, surge já identificada como S. João Baptista das Caldas de Vizela. Em 1188 e segundo o Livro de Doações, D. Sancho doou a um nobre chamado «vobis Johannis de Caldes»um reguengo que a coroa tinha abaixo de S. Miguel das Caldas”, isto é, uma propriedade real, sendo no entanto quase impossível referir qual o local exacto do terreno doado aquele nobre. Sabemos, no entanto, que nas Inquirições de 1220, a freguesia era referida como “ Parochia de Sanctis Johannis de Caldes”.

Nesta freguesia, no Lugar da Cascalheira, na margem esquerda do Vizela, pouco antes da Ponte de Ferro (que poderia ser reabilitada…) funcionou a primeira Fábrica de Papel da Europa, embora alemães e franceses queiram para si a glória do invento.
Mas não lhes cabe tal honra, como ficou amplamente demonstrado pelo ilustre vizelenses Dr. Pereira Caldas, numa memória especial: “Vindificação da prioridade do fabrico do papel em massa de madeira” Foi esta fábrica fundada pelo nobre fidalgo Francisco Joaquim Moreira de Sá, dono da ilustre Casa de Sá, em Santa Eulália de Vizela. Esta Fábrica foi destruída pelos exércitos napoleónicos, sendo ainda possível, até há algum tempo atrás, ver alguns dos vestígios dessa destruição.
E, mesmo a propósito se poderá dizer que a (é ainda Pinho Leal que nos informa…) “Villa (granja, quinta…) da Cascalheira, era já conhecida no século X, pois el-rei D. Ordonho a doou com aquele mesmo nome a D. Adosinda, sua dama predilecta que segundo a tradição, ali viveu e, em 964, a permutou, como nos relata o Livro da Mumadona, existente na Torre do Tombo”.

JCF

1 comentário:

Márcio disse...

Passei de viagem por aqui e aproveito para lhe dar os meus sinceros parabéns...