3.8.06

Águas Termais (I)

As águas termais de Vizela, eram conhecidas já antes da denominação romana. Disto não há qualquer dúvida e a provar esta afirmação, estão duas epígrafes dedicadas ao deus Bormanicus, deus gentílico das fontes e deus lusitano, no Museu Martins Sarmento, em Guimarães.


Epígrafes dedicadas a Bormanicus, encontradas em Vizela.A 1ª na Lameira, em finais do Séc.18 e a 2ª, em 1841, junto ao Banho do Médico
Foi contudo, com a presença dos romanos, que os banhos se desenvolveram, pois sabemos que para estes conquistadores, as águas termais eram higiene e luxo. Com o declinar do Império Romano, também os estabelecimentos construídos, foram sendo abandonados daí os vestígios arqueológicos, (que deveriam estar a descoberto como testemunho de um passado de glórias…) que aqui e ali se vão encontrando. É, contudo, no dealbar do séc. XVIII, que o desenvolvimento de Vizela se faz sentir, precisamente com a descoberta de paredes de piscinas termais e ruínas de outros edifícios, “cuja descoberta por ordem da Câmara de Guimarães não continuou” (!?) (Conf. Portugal Antigo e Moderno, de Pinho Leal). Foi por instâncias de muitos dos historiadores e ilustres arqueólogos, como Mascarenhas Neto, Martins Sarmento e outros que se descobriram muitas das actuais nascentes e a partir daqui, era praticamente impossível travar o renascimento de Vizela. Apesar disso, teria que se esperar ainda pelo séc. XVIV, com a nomeação em Janeiro de 1811, de Francisco Barroso Pereira, para que a exploração das águas e o embelezamento de Vizela, tivesse um forte impulso.








4 comentários:

Anónimo disse...

Pena terem enterrado as ruínas romanas encontradas na Praça da República - os responsáveis enterraram parte da história de Vizela.
Assim vai a nossa cultura...!!!

Unknown disse...

felizmente que alguém ainda se preocupa com a história de Vizela...Parabéns

Helder Azevedo

JM disse...

É de facto pena que as ruínas tenham sido enterradas, embora também digo, antes enterradas do que destruídas e penso que na época foi uma boa decisão fruto da falta de alternativas de trânsito em Vizela. Já não me parece tão bem que outras encontradas em escavações de obras particulares na zona da Igreja Velha tenham tido destino semelhante. A febre de construir foi maior do que a de preservar aquilo que poderia vir a ser uma fonte de receita (ou o plano estratégico de Vizela não passa pelo Turismo - Embora haja quem pense que o tursimo válido são meia dúzia de "tascas", diga-se bons restaurantes regionais, que dão fama a Vizela). Há que saber esperar para colher.

Porém, ainda em relação à praça, estou convencido que começa a haver condições para repensar o espaço. Já há alguns anos que em sites na Internet defendi que poderia ser adoptada uma solução ao estilo da Rua dos Caquinhos em Guimarães, com palcas de vidro à superficie. Ainda hoje tive o prazer de almoçar em Seia no restaurante do Museu do Pão no qual recorreram a uma situação semelhante para permitir a passagem de um pequeno curso de água mesmo pelo interior da sala de refeições.
Seja como for, acredito que mais dia menos dia a Câmara de Vizela irá partir para uma obra do género... Também se assim não for, não sei que turismo querem para Vizela, só se for o do garrafão.

Anónimo disse...

Por falar em águas termais, as Termas de Vizela necessitam duma reviravolta urgentemente.
O ex-libris de Vizela está a ficar ultrapassado e, dado que os tratamentos são um pouco "puxados" para o bolso de muitos, os aquistas e turistas estão a fugir para outras paragens.
Para bem das Termas, do turismo e do comércio de Vizela este assunto deve ser ponderado em instâncias superiores.