4.9.06

Ainda o Parque das Termas

Porque a necessidade aguça o engenho, tenho procurado artigos e outros textos, que me falem do Parque das Termas e nessa procura, encontrei este belo artigo publicado no Jornal “ Noticias Agrícola” na sua edição de 1 de Setembro de 1949 e assinado por João Moreira da Silva.


Quatro fotografias de frondosas árvores ilustram esse artigo, com as sugestivas legendas: “ Lindíssimas “ Taxadiuns Distinchum”, nas margens do Vizela”; “ Estes eucaliptos não são da Austrália, mas do Parque de Vizela...”; “ dois belos exemplares de “Cedrus Deodara e no primeiro plano uma Fourcroya Gigantes”; e ainda: “uma Taxodium Sempervirens Gigante, do Parque de Vizela”

Estas são as legendas das fotos que acompanham o artigo em causa, intitulado “ UMA VOLTA POR VIZELA” em que o autor, a determinado passo refere: “ (...) mananciais de água nascem a 47, 5 graus, no subsolo do romântico Vizela que atravessa a Vila, com os seus açudes e represas, depois de formar um lindo lago no grandioso Parque das Termas. Este lago, circundado de árvores de belo porte, como os magníficos exemplares das celebérrimas Sequóias da Califórnia (Taxidium Sempervirens), o Cedro Bastardo do
Noroeste da África, conífera que chega a atingir 200 metros de altura e 10 de grossura, dando ideia de enormes colunas monolíticas, coroadas de ramos verdes, curvados graciosamente sobre a terra. São desta variedade as árvores monstruosas das Costas do Pacifico e à volta do “Glaciar Point” (...) Dos exemplares existentes no Parque de Vizela, que devem ter três quartos de século de existência, pois foram plantados entre 1875 e 1880, mede o mais grosso dois metros de diâmetro com altura superior a trinta metros. São exemplares notabilíssimos, como outros certamente não existem em Portugal e que devem ter sido plantados, quando da construção do Parque pelo então Director das Termas Dr. Abílio Torres, grande amador de arvores (...). Mas não somente as Sequóias Sempervirens as árvores notáveis ali existentes, pois encontramos lá também, quatro notabilíssimos exemplares de Taxidium Distinchum, um deles com um metro e vinte de diâmetro. (...) São dos maiores e mais antigos que temos encontrado (...) dois deles estão plantados na margem do rio e formam um contraste precioso com os Amieiros, Robinias e Freixos, etc.” E a descrição sobre as árvores do Parque continua: “ Neste Parque de Vizela, que possui muitos encantos e magnificas sombras, existem outras arvoras notáveis pelo tamanho, como as belas Araucárias Brasilenses, ao lado das
Cryptomerias, que é a maior árvore do Japão, chegando a ter 36 metros de altura e mais de 10 de diâmetro. As fenomenais e belas Tílias Argenteas de folhagem prateada, os belos e gigantescos Platanus Orientalis, os velhos Cupressus Lusitanica, as grandiosas Magnolia Grandiflora, os belos e piramidais Cedrus Deodara, os elegantes Cedrus Atlantida Glauca, as majestosas Tulipiferas (Liriodendron Tulipifera), a celebre Arvore do Ponto, por coincidir a floração com a época dos exames, os velhos e altivos Quercus Pedunculata, o Carvalho dos nossos antepassados, os Acer Campestre, os gigantescos e direitos Eucalyptos Glóbulos e até um belo exemplar de Fagus Sylvática Tricolor”.

João Moreira da Silva termina
o seu belo e extenso artigo desta forma: (...) vi dúzias de Agaves Cizelanas ou Forcroyas Gigantes (...) que dão ao Parque uma nota muito Africana, (...) notei soberbos Abetos e outras árvores e arbustos notáveis, como a Malaleuca com 10 metros de altura, uma mata de Austrálias, a conhecida Acácia Melanoxylon, que formam com os Eucalyptos e outras espécies, um denso bosque, logo a seguir ao Parque”.
As árvores da entrada do Parque das Termas de Vizela, foram em grande parte destruídas pelo ciclone de 1941, mas a Direcção das Aguas Termais mandou a seguir recompô-lo e plantar no lugar das Tílias, o Quercus Rubra, o Carvalho Americano, de bela folhagem recortado e que fica vermelha no outono. A fazer fundo com esta linha de árvores, estão uns Acer Negundo Folis Aureis, que dão alegria à entrada do Parque, com a sua folhagem clara
”.

4 comentários:

Anónimo disse...

Proponho o Júlio César para futuro Conservador do futuro Museu de Vizela.

Anónimo disse...

Eu proponho este blogue a património Vizelense! Bem haja!

Anónimo disse...

Parabéns pelo seu trabalho. Tudo que tem feito pela sua Terra merece ser reconhecido. Hoje pelas palavras, amanhã quem sabe com responsabilidades acrescidas.

ManuelaDLRamos disse...

Parabéns pelo blogue. Aqui fica a sugestão de links para mais fotos das árvores do Parque. Interessante achado este texto de João Moreira da Silva.

Parque de Vizela 120 anos depois

Vizela em 1886

Árvores onde poisa o céu

Essa alegria só prometida às árvores

Salix babylonica

Sequóias em Vizela

à Sombra de sequóias e plátanos