13.9.06


Casino Peninsular

Um dos mais peculiares edifícios que podemos ver na oitocentista rua Dr. Abílio Torres, é sem sombra de dúvidas o Casino Peninsular, assim chamado por, nos tempos áureos das termas, ali ter funcionado o casino que trazia a Vizela gentes de diversas latitudes, atraídos pelo jogo.

Foi um dos períodos mais ricos de Vizela e ainda hoje se contam histórias fantásticas, que nos remetem para a magia que era a vida de Vizela naqueles tempos. Conta-se até, que certo jogador, confiando na sorte (má sorte ao que parece) perdeu a própria mulher na mesa de jogo.

Com o declinar das Termas, o Casino aqui existente, foi para a Povoa do Varzim (dizem-me…) e desde então e até há pouco tempo atrás funcionou quase sempre como um café.
Menino ainda, em finais dos anos 50, lembro-me de ver actuações de grupos musicais e não poucas vezes alguns espectáculos de pura magia, além de bailaricos, de entontecer os rapazes e raparigas daquele tempo.

Mas o vicio do jogo permaneceu e nas suas traseiras, funcionou aquilo que se chamava de Assembleia, e que mais não era que um local onde algumas pessoas de bem, como se dizia então, se juntavam para uma jogatina.

Construído entre os finais do século XIX, princípios do século XX, o edifício do casino começou por ter apenas um andar, tendo mais tarde sido acrescentado mais um andar, ficando da forma como o conhecemos hoje.

O andar superior, a ajuizar pelo tipo de azulejos que encimam a cornija, devia ter sido construído pouco depois de 1922 porque, como podemos
verificar, representam a Cruz de Cristo, tipo de azulejo que foi profusamente utilizado em construções, como forma de exaltação patriótica, devido à Travessia Aérea Lisboa – Rio de Janeiro, feito espantoso para a época, de Gago Coutinho e Sacadura Cabral.

É sem duvida um edifício muito importante na história de Vizela porém, da forma que está, em degradação progressiva e inexorável, não serve os interesses turísticos da nossa terra e é urgente, da forma categórica, salvar da ruína um edifício que é parte integrante da nossa história

1 comentário:

Anónimo disse...

E viva o turismo e viva a cultura!