14.9.06

Santa Maria de Infias

Situada a escassos quilómetros do centro da cidade de Vizela, sede do concelho ao qual pertence, Santa Maria de Infias é confrontada a nascente por S. Cipriano de Taboadelo, a sul por S. Miguel da Caldas, a oeste ou poente por S. Martinho do Conde e a norte por S. Pedro de Polvoreira.

Segundo o Inquérito Paroquial realizado em 1842, pelo Padre da Freguesia, Manuel Gonçalves de Sousa, este freguesia pouco tinha de assinalável naquela época, chegando o dito pároco a afirmar que: “Não há monumentos ou antiguidades, inscrições ou letreiros existentes ou destruídos, não há notícia de quando esta freguesia teve principio, os usos e costumes. Antes de 1834, os religiosos dos Remédios de Braga eram que apresentavam esta igreja e comiam as dízimas e primícias e davam ao pároco de côngrua 33$000 réis em dinheiro, duas rasas de trigo, catorze de centeio e dezasseis almudes de vinho verde e os fregueses davam as ofertas. Os casados cem alqueires de milho alvo e os viúvos, viúvas e solteiros meio alqueire.”

Não é, convenhamos uma leitura muito simpática daquele tempo, mas convém não esquecer que, muitas vezes, já que estes Inquéritos eram respondidos pelos párocos das respectivas freguesias, dependiam em muito, não só da boa vontade, da disposição, do saber e do interesse do próprio prelado.

Porém, a realidade não é bem assim. Santa Maria de Infias, como nos diz Júlio damas, no seu “Ad Perpetuam”: “ A terra das Caldas de Riba-Vizela, compreendendo pelo menos as freguesias de S. João, S. Miguel das caldas e Santa Maria de Infias, formou na segunda época da monarquia portuguesa um concelho ou julgado independente, com justiças privativas (...)”

A freguesia de Santa Maria de Infias, é muito rica em tradições sendo a da Confraria do Senhor das Chagas, uma das mais interessantes, e que tem muitos séculos de existência.Segundo reza lenda, a imagem do Senhor das Chagas, tem vestígios duma outra que, há muitos séculos, foi mandada esculpir por um cruzado, afim de lhe colocar uma coroa de espinhos que tinha encontrado no deserto quando regressava da Terra Santa e que pensou ser do Nosso Senhor.
De regresso à sua terra, a coroa foi colocada sobre a imagem que o cruzado mandou esculpir e todos os anos, no dia três de Maio, o sangue gotejava das feridas provocadas pelos espinhos. Isso incutiu no povo de então uma fé inquebrantável, que começaram a fazer uma procissão de penitência que, a partir de 1920, começou a dirigir-se para a Capela de Santa Ana, no Monte de Alijó.

2 comentários:

Márcio disse...

Linda terra minha...
Cada dia mais bela...
A Capela está renovada, um local sem dúvida a visitar!

Marco Oliveira disse...

Postais antigos de Vizela:
http://antigamente1900.blogspot.com/

(desculpe a publicidade, eu sei que isto é feio, mas achei que lhe podia interessar...)